sábado, 19 de novembro de 2011

Ringo Starr deixa Brasília após show memorável



O Beatle Ringo Starr, 71 anos, deixou Brasília por volta das 13h deste sábado (19/11). Ele só saiu do hotel Meliá Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul, para pegar uma van rumo ao aeroporto, onde embarcou em um jatinho particular rumo ao Recife (PE), onde faz o show de encerramento da turnê brasileira, na noite deste domingo.

Primeiro beatle a pisar em Brasília, Ringo Starr atraiu aproximadamente 2,8 mil pessoas para a apresentação que fez com sua All-Starr Band na noite de sexta-feira (18/11), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Fãs de diferentes idades circulavam por ali e o clima no local era de celebração, antes mesmo do show começar.

A estudante Camila Padilha, por exemplo, distribuiu 150 balões amarelos para serem jogados ao ar durante a música Yellow submarine (Submarino amarelo). "Me considero beatlemaníaca, mesmo com pouca idade. Conheci a banda aos 12 anos, em um comercial de operadora de celular, com a música Hello goodbye. Aos 14 anos, fiquei afim de um garoto que era fã dos Beatles. Para ter assunto com ele, resolvi aprender tudo sobre a banda. Não rolou nada no final das contas, mas o amor pelos Beatles continuou", conta a jovem de 15 anos. Camila ainda levou um cartaz pedindo Ringo em casamento. Durante o show, ele viu a mensagem e respondeu "sim".

"Eu adoro o Ringo. É um dos meus quatro beatles preferidos", brincou o publicitário Eduardo Bonfim, 49 anos, beatlemaníaco desde os 9. Ao longo da vida, ele reuniu 600 discos da banda britânica, entre álbuns originais e não-oficiais. Autor do livro em quadrinhos Os barbudos, que conta a história dos rapazes de Liverpool de uma forma diferente, Bonfim foi ao show acompanhado do filho, Davi, e da irmã, Maria. "Herdei a paixão do meu pai. Cresci ouvindo o som deles e acabei gostando muito. Me identifico com a bateria, curto muito o Ringo desde pequeno. É um privilégio poder vê-lo aqui em Brasília", comentou Davi, 16 anos.

Repertório

Às 22h05 de sexta-feira, com um jeitão meio desengonçado, mas incrivelmente carismático, Ringo surgiu em cena. It don’t come easy, seu primeiro sucesso solo (de 1971) abriu o set list da noite. O público não se conteve nos assentos e muita gente ficou de pé — muitos fãs se aglomeram na frente do palco.

Ringo estava vestido de preto, com uma camiseta estampada com o símbolo da paz e um blazer com o colarinho brilhante. Aliás, o figurino de toda a banda era bem simples, assim como era simples a cenografia — apenas um painel com imagens florais no fundo do palco — e o jogo de luzes, o que só reforçava que a música era o mais importante dos elementos ali.

Ringo disse estar feliz na cidade. E brincou: "Deve ser o único lugar chamado Brasília-Brasil", como quem dissesse, é a única capital que contém em seu próprio nome, o nome de seu país. Protocolo ou não, ele parecia se divertir com seus amigos ali em cima do palco, tocando bateria sempre com um sorriso no canto da boca. 

A competente turma reunida por Ringo é formada pelos guitarristas Wally Palmar e Rick Derringer, os tecladistas Edgar Winter e Gary Wright, o baixista Richard Page, o baterista Gregg Bissonette e o saxofonista e percussionista Mark Rivera.

A cada um dos músicos é dada a chance de brilhar, mostrando músicas de suas antigas bandas — que dividem espaço no repertório com canções dos Beatles cantadas por Ringo. Em alguns momentos, a All-Starr Band chega a roubar a cena – em especial, quando o microfone estava com Wally Palmar, Rick Derringer e Edgar Winter (este, albino, com um corte de cabelo estilo Conan e um inconfundível sotaque texano, se mostrou o mais simpático dos músicos).

Apóse 19 música, Ringo encerrou a apresentação com With a little help from my friends. O público emocionado cantou junto, com as mãos pro alto. "Obrigado por virem. E lembrem-se: paz e amor sempre", despediu-se Ringo. Nisso, a banda começou a tocar Give peace a chance, de John Lennon. Às 22h50, todos já estavam fora do palco. O público chamou o beatle de volta. Mas aquele era de fato o fim do encontro entre Brasília e Ringo Starr.

Eu fui

"Fiquei impressionado. Ringo está em ótima forma. Ele mantém o espírito solidário, dando chance para os outros músicos aparecerem. Só acho que foram poucas músicas dos Beatles. Mas o clima foi muito legal, o show muito bem produzido"

Paulo Márcio Costalmeida, 53 anos, servidor público e os filhos Rafael, 13, e Bruno Almeida, 10 anos. (* o sobrenome do pai é Costalmeida mesmo, não é Costa Almeida. Já os filhos são Almeida)

Exigências da estrela

Ringo Starr pode ser definido como um homem sistemático ou até um pouco neurótico. O popstar chega ao ponto de não apertar a mão das pessoas na hora de cumprimentá-las, com medo de pegar resfriados e outras doenças. Autógrafos e fotos com fãs, então, nem pensar. Ele chegou a Brasília — na quinta-feira à noite — em um jato particular e rapidamente entrou em um carro. Deu uma volta na cidade para conhecer alguns monumentos e foi para o hotel no Setor Hoteleiro Sul. Lá, na sexta-feira, ele malhou na academia do local. Avisou aos professores e alunos que não queria ser fotografado enquanto cuidava da boa forma. Entre as exigências do quarto e camarim estavam a temperatura (22°C) e a decoração com lírios. Nada de álcool, uma máquina de gelo, frutas e gengibre — afinal, o cantor é vegetariano.

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